Bateria viciada, mito ou verdade?
É muito comum ouvirmos que a bateria de aparelhos eletrônicos está viciada, mas essa frase é mito ou verdade? No artigo de hoje, o Mundo da Elétrica vai te explicar tudo o que você precisa saber sobre bateria viciada. Então, vamos lá pessoal!
Nessa última década, ocorreu uma enorme disseminação de aparelhos eletroeletrônicos portáteis e, ao mesmo tempo, aumentou-se muito a demanda por pilhas e baterias cada vez menores, mais leves e com melhor desempenho. E com o avanço da tecnologia nesses aparelhos, progrediu-se também as baterias!
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Na década de 1960, alguns satélites em órbita eram equipados com computadores que funcionavam com baterias de níquel-cádmio (NiCd). Elas sempre chegavam a 25% de carga e depois eram elevadas novamente a 100%.
Com o tempo, notou-se que os 25% não utilizados da bateria perderam parte da sua capacidade. A partir disso, surgiu o mito de que as baterias viciam e que você deve recarregá-las apenas quando a carga terminar.
Porém, não foi encontrado nenhum outro caso desses efeitos em baterias que não fossem de NiCd, que são bem menos avançadas do que as de íons de lítio utilizadas atualmente.
Sobre a bateria de níquel-cádmio:
- Só deve ser recarregada quando o celular descarregar
- Se ligada na tomada ainda com carga, fica viciada
- O cádmio é altamente tóxico e prejudicial ao meio ambiente
- Vida útil média de 1 ano e meio
As baterias à base de níquel-cádmio são menos resistentes, o que permitia o “vício” do aparelho, entretanto, é comum os usuários terem uma impressão de que a carga dos aparelhos está durando menos, como ocorria antigamente.
Na verdade, são os celulares que têm sido usados cada vez mais, e não as baterias que ficam pior! Os celulares ficam ligados o dia inteiro com inúmeros aplicativos que exigem mais da bateria e, consequentemente, demandam mais recargas.
É natural que as baterias envelheçam com o uso e que o número de ciclos de cargas e recargas aumente. Atualmente, os smartphones duram em média de dois a três anos. A partir desse tempo, é usual que a performance e a capacidade da bateria diminuam. E isso ocorre porque assim como em todos os equipamentos, existe um desgaste natural nos sistemas e peças!
Funcionamento da bateria de íons de lítio
As baterias, de forma geral, são elementos químicos em reação constante, por isso tem um tempo de vida útil determinado e perdem qualidade. Os íons de lítio transportam a carga elétrica entre os eletrodos da bateria por meio de uma substância condutora conhecida como eletrólito.
À medida que esse movimento acontece, as estruturas dos eletrodos sofrem erosão, ou seja, quanto mais a bateria trabalha, mais os eletrodos se degradam, fazendo com que a capacidade total do dispositivo diminua progressivamente.
Ao se mover, os íons de lítio reagem com o óxido de níquel que faz parte da composição da bateria, produzindo nanocristais de sal, causando alterações nas estruturas internas da bateria e fazendo com que os íons se movam de maneira menos eficiente.
Na imagem abaixo, é possível ver uma bateria de íons de lítio.
Sobre a bateria de íons de lítio:
- Pode ser recarregada mesmo com a bateria ainda tendo carga
- Ao ser carregada completamente, desativa a recarga
- A capacidade de carga é 3 vezes maior que a de níquel-cádmio
- Tem vida útil entre dois e três anos
Como aumentar a vida útil da bateria?
Vale destacar a importância de usar um carregador original em todo o ciclo de uso de aparelhos eletrônicos. Pois os carregadores já saem de fábrica habilitados a cortar a alimentação de energia quando chegam nos 100%, o que evita o superaquecimento.
Os carregadores alternativos, que costumam prometer uma performance elevada, nunca serão mais apropriados do que o carregador de fábrica que já vem com o produto!
Além disso, evitar a exposição de aparelhos eletrônicos a temperaturas elevadas, evitando deixar o aparelho em locais quentes e com sol!
É importante evitar que os celulares descarreguem totalmente! Muitas empresas já fabricam seus aparelhos de forma a desligá-los quando chegam a uma carga de cerca de 5%. Com essa estratégia, a bateria não fica totalmente sem carga e sua vida útil é preservada!
No vídeo abaixo do canal Mundo da Elétrica, falamos mais sobre as diferenças entre os carregadores originais e piratas!
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Sobre o autor
Eletricista desde 2006, Henrique Mattede também é autor, professor, técnico em eletrotécnica e engenheiro eletricista em formação. É educador renomado na área de eletricidade e um dos precursores do ensino de eletricidade na internet brasileira. Já produziu mais de 1000 videoaulas no canal Mundo da Elétrica no Youtube, cursos profissionalizantes e centenas de artigos técnicos. O conteúdo produzido por Henrique é referência em escolas, faculdades e universidades e já recebeu mais de 120 milhões de acessos na internet.
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