Comandos elétricos: o guia básico para iniciantes
Comandos elétricos são fundamentais na indústria moderna. Eles são sistemas que controlam máquinas e processos industriais, garantindo eficiência e segurança. Este artigo serve como um guia básico para iniciantes que desejam entender o funcionamento e a aplicação dos comandos elétricos.
O que são comandos elétricos?
Os comandos elétricos são conjuntos de dispositivos elétricos usados para controlar o acionamento de máquinas e equipamentos industriais. Eles permitem a automação de processos, contribuindo para uma produção mais eficiente e segura.
Leia também
- Comandos elétricos e as suas principais simbologias!
- Monitoramento de tensão e corrente em máquinas elétricas
Aplicações de comandos elétricos
Algumas das aplicações para comandos elétricos incluem:
Partida Direta
Utilizada para acionar motores elétricos, a partida direta é um dos comandos mais simples e comuns. Ela consiste basicamente em ligar o motor diretamente à fonte de alimentação, sem qualquer tipo de controle intermediário.
Partida Estrela-Triângulo
Este comando é usado para reduzir a corrente de partida de motores elétricos de alta potência. Inicialmente, o motor é conectado em configuração estrela para reduzir a tensão e, consequentemente, a corrente de partida. Após alguns segundos, o motor é reconfigurado para a conexão triângulo, permitindo seu funcionamento normal.
Reversão de Motores
Este comando permite inverter o sentido de rotação de um motor elétrico. Isso é feito através da inversão da sequência de fases da alimentação do motor.
Controle de Velocidade por Variador de Frequência
Este comando ajusta a velocidade de rotação de motores elétricos através da variação da frequência da corrente elétrica fornecida ao motor.
Soft Starter
Utilizado para a partida suave de motores, o soft starter permite um aumento gradual da tensão fornecida ao motor, proporcionando uma partida mais suave e reduzindo picos de corrente.
Controle Sequencial
Utilizado em processos industriais, este comando permite o controle de várias operações em uma sequência específica, como o funcionamento de esteiras, atuadores e válvulas, de forma automatizada.
Proteção por Relé Térmico
Um comando que utiliza relés térmicos para proteger motores contra sobrecargas, desligando-os automaticamente em caso de aquecimento excessivo.
Comando Bimanual
Utilizado por razões de segurança, especialmente em prensas e máquinas similares, onde é necessário que o operador use ambas as mãos para acionar a máquina, evitando acidentes.
Controle de Nível
Comando utilizado em sistemas de bombeamento e tanques, onde o nível de um líquido é controlado automaticamente por meio de sensores e atuadores.
Controle PID
Um tipo de comando utilizado para controlar a temperatura, pressão, fluxo, entre outros, onde o controle proporcional-integral-derivativo (PID) ajusta continuamente a saída para manter o processo dentro dos parâmetros desejados.
Componentes básicos dos comandos elétricos
Os comandos elétricos, essenciais na automação industrial, são compostos por uma variedade de componentes básicos. Cada um desempenha um papel crucial no controle e na operação segura de máquinas e equipamentos.
A seguir, exploraremos os principais componentes que formam a base dos sistemas de comandos elétricos. Esta introdução abrangerá desde contatores e relés até disjuntores e botões, detalhando suas funções e importância.
Compreender estes elementos é fundamental para qualquer profissional que deseje se especializar na área de comandos elétricos, seja para projetar, operar ou realizar manutenção de sistemas automatizados.
Contatores
Contatores são componentes vitais em circuitos de comandos elétricos, atuando como dispositivos eletromecânicos de chaveamento. Sua função principal é controlar o fluxo de corrente elétrica em circuitos de potência, permitindo o acionamento e desacionamento de cargas, especialmente motores elétricos, de forma remota e segura.
Tecnicamente, os contatores são formados por uma bobina eletromagnética, que, ao ser energizada, cria um campo magnético capaz de atrair um conjunto de contatos móveis. Esses contatos, ao se fecharem, permitem a passagem de corrente elétrica através do circuitor. Quando a bobina é desenergizada, uma mola ou sistema semelhante retorna os contatos à posição original, interrompendo o fluxo de corrente.
Além do controle de motores, contatores são amplamente usados em diversas aplicações industriais, como aquecimento, iluminação e processos automatizados. Sua capacidade de lidar com altas correntes e a possibilidade de serem acionados por sistemas de controle de baixa potência, como relés ou controladores lógicos programáveis (CLPs), os torna extremamente versáteis e fundamentais em instalações industriais.
Outro aspecto importante dos contatores é a segurança. Eles são projetados para suportar altas correntes sem superaquecimento e são frequentemente acompanhados de dispositivos de proteção, como relés térmicos ou de sobrecorrente. Isso garante não só a proteção do próprio equipamento mas também de toda a instalação elétrica a ele conectada.
Relés
Relés são componentes fundamentais nos sistemas de comandos elétricos, desempenhando um papel crítico tanto no controle quanto na proteção de circuitos. Eles funcionam como interruptores eletromecânicos ou eletrônicos que abrem ou fecham contatos em resposta a condições específicas de um circuito, como sobrecarga ou falta de fase.
A função básica de um relé é permitir que um circuito de controle de baixa potência opere um interruptor ou conjunto de interruptores em um circuito de alta potência. Isso significa que um pequeno sinal elétrico pode controlar uma carga muito maior, o que é fundamental em aplicações industriais onde é necessário controlar equipamentos de alta potência, como motores e sistemas de aquecimento.
Existem diversos tipos de relés, cada um projetado para uma função específica. Por exemplo, relés de sobrecarga são utilizados para proteger motores contra correntes excessivas que podem causar superaquecimento e danos. Relés de impulso, por outro lado, permitem o controle temporizado de circuitos, sendo úteis em processos que requerem ações de controle sequenciais ou temporizadas.
Além disso, os relés também podem ser utilizados em sistemas de segurança, como os relés de falha de fase, que detectam a perda de uma das fases de alimentação, desligando automaticamente o equipamento para evitar danos.
Há também os relés de estado sólido, que, diferentemente dos relés eletromecânicos, utilizam componentes eletrônicos para realizar a comutação, oferecendo uma resposta mais rápida e uma vida útil mais longa.
No contexto da automação industrial, os relés são integrados a sistemas de controle mais complexos, como Controladores Lógicos Programáveis (CLPs), para automatizar e otimizar processos industriais, garantindo eficiência e segurança. A versatilidade e a capacidade de proteção dos relés os tornam indispensáveis em qualquer sistema de comando elétrico moderno.
Disjuntores
Disjuntores são dispositivos de segurança críticos em sistemas de comandos elétricos, desempenhando uma função essencial na proteção de circuitos contra sobrecargas e curtos-circuitos.
Eles são projetados para interromper automaticamente o fluxo de corrente elétrica quando detectam condições anormais no circuito, como correntes excessivamente altas que podem ser causadas por sobrecargas ou falhas.
A principal função dos disjuntores é prevenir danos aos equipamentos e evitar o risco de incêndios causados por fiação superaquecida. Eles são mais eficientes e seguros do que os fusíveis tradicionais, pois podem ser rearmados após interromperem o circuito, enquanto os fusíveis precisam ser substituídos após cada interrupção.
Disjuntores operam com base em dois princípios principais:
- Proteção Térmica: Utilizam elementos bimetálicos que se expandem com o calor gerado por uma corrente excessiva. Essa expansão desencadeia mecanismos que abrem o circuito, interrompendo a passagem de corrente.
- Proteção Magnética: Em casos de curtos-circuitos, onde as correntes são extremamente altas, uma bobina magnética no disjuntor é ativada rapidamente, abrindo o circuito para proteger contra danos imediatos.
Além disso, muitos disjuntores modernos incluem recursos adicionais, como proteção contra arcos elétricos, que detectam faíscas ou arcos dentro do circuito e interrompem a corrente para prevenir incêndios.
Disjuntores estão disponíveis em diferentes tamanhos e capacidades de corrente, adequados para diversas aplicações, desde instalações residenciais até sistemas industriais complexos. Sua escolha e instalação corretas são fundamentais para garantir a segurança e o funcionamento adequado de qualquer sistema elétrico.
A manutenção regular e a verificação do funcionamento correto dos disjuntores também são cruciais para assegurar uma proteção contínua e eficaz.
Botões e sinaleiros
Botões e sinaleiros são componentes indispensáveis em sistemas de comandos elétricos, desempenhando um papel vital na interação entre o operador e o sistema. Eles são a interface humana dos sistemas de controle, permitindo o comando manual e fornecendo informações visuais ou sonoras sobre o estado das operações.
Botões são dispositivos de acionamento usados para iniciar ou parar funções específicas em um sistema de controle. Eles podem ser de vários tipos:
- Botões de Pressão: Utilizados para iniciar ou interromper processos. Geralmente, são botões que, ao serem pressionados, retornam à posição original automaticamente.
- Botões de Emergência: Projetados para interromper imediatamente todas as operações em caso de emergência. Têm um design distintivo (geralmente vermelho) e são facilmente acessíveis.
- Chave Seletora: Permite ao operador escolher entre diferentes modos de operação ou estados de um sistema.
Sinaleiros são dispositivos de sinalização que fornecem feedback visual ou sonoro sobre o status de um sistema. Eles são essenciais para garantir que o operador esteja ciente das condições operacionais do sistema, como:
- Luzes Indicadoras: Mostram diferentes condições operacionais, como ligado/desligado, falha no sistema ou processos em andamento, por meio de luzes de cores distintas (verde, vermelho, amarelo, etc.).
- Sirenes ou Buzinas: Emissão de sinais sonoros para alertar sobre condições específicas, como o início ou o fim de um ciclo de produção, ou para chamar atenção em situações de emergência.
A escolha e a instalação corretas de botões e sinaleiros são fundamentais para a eficiência e segurança de qualquer sistema de comando elétrico. Eles devem ser claramente marcados e posicionados de forma ergonômica para facilitar a operação e garantir uma resposta rápida em situações críticas.
A manutenção regular desses componentes é essencial para garantir seu funcionamento adequado e confiável.
Diagramas para comandos elétricos
Para eletricistas e técnicos que trabalham com comandos elétricos, o domínio na interpretação e utilização de diagramas elétricos é uma habilidade indispensável. Diagramas elétricos são representações gráficas que detalham a configuração e a ligação dos componentes de um sistema elétrico, oferecendo uma visão clara de como os circuitos são organizados e operam.
Elementos de um Diagrama Elétrico
Símbolos Elétricos: Cada componente do sistema é representado por um símbolo padrão. Isso inclui contatores, relés, disjuntores, transformadores, motores, entre outros. Estes símbolos são padronizados internacionalmente ou conforme normas locais.
Linhas de Conexão: Indicam como os componentes são interligados. Linhas retas representam cabos ou fiações, e a maneira como se cruzam ou se conectam fornece informações sobre a natureza da conexão.
Identificação de Componentes: Cada componente no diagrama é identificado com uma etiqueta ou número de referência. Isso facilita a identificação e localização de componentes específicos dentro do sistema.
Notações de Tensão e Corrente: Os diagramas podem incluir informações sobre a tensão e a corrente em diferentes pontos do circuito, ajudando na análise e no dimensionamento correto dos componentes.
Tipos de Diagramas Elétricos
Diagramas Unifilares: Mostram uma visão simplificada do circuito, representando cada condutor por uma única linha. São úteis para uma visão geral do sistema e para planejamento de layout.
Diagramas Multifilares: Representam com mais detalhes as conexões entre os componentes, mostrando todos os condutores individuais. São essenciais para compreender a lógica de controle e para a execução da fiação.
Diagramas Funcionais ou Lógicos: Focam na lógica de operação do sistema, mostrando como os sinais são processados e controlados. São cruciais em sistemas de automação e controle.
Importância dos Diagramas Elétricos
Montagem e Instalação: Facilitam a correta instalação de componentes e cabos, seguindo exatamente o que foi projetado.
Manutenção: Permitem rápida identificação e localização de falhas ou componentes a serem substituídos.
Atualizações e Modificações: Servem como documentação essencial para futuras expansões ou alterações no sistema.
Dicas para Eletricistas
Sempre verifique a versão mais recente do diagrama antes de iniciar qualquer trabalho.
Entenda a simbologia utilizada e familiarize-se com os padrões da indústria ou normas locais.
Use os diagramas como um guia, mas sempre confira as conexões reais no campo, especialmente em sistemas antigos ou modificados.
Princípios de funcionamento dos comandos elétricos
O funcionamento eficaz dos comandos elétricos depende do entendimento aprofundado de princípios fundamentais da eletricidade e da eletrônica. Para eletricistas e técnicos, uma sólida compreensão desses conceitos é crucial para projetar, operar e manter sistemas de comando com segurança e eficiência.
Leis de Ohm e Kirchhoff
Lei de Ohm: Esta lei fundamental estabelece que a corrente em um circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito. A fórmula é I = V/R, onde I é a corrente, V é a tensão, e R é a resistência. Ela é essencial para calcular as cargas corretas nos componentes do sistema.
Leis de Kirchhoff: As leis dos circuitos de Kirchhoff incluem a Lei dos Nós, que afirma que a soma total das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem, e a Lei das Malhas, que diz que a soma total das diferenças de potencial em uma malha fechada é igual a zero. Estas leis são fundamentais para analisar circuitos complexos em sistemas de comando elétrico.
Conceitos de Corrente, Tensão e Resistência
Corrente Elétrica (I): É o fluxo de carga elétrica em um circuito. Os comandos elétricos são projetados para suportar certos níveis de corrente, e compreender como a corrente flui através de um sistema é vital para evitar sobrecargas.
Tensão Elétrica (V): Também conhecida como diferença de potencial, a tensão é a força que impulsiona a corrente elétrica através de um circuito. O entendimento da tensão é crucial para projetar sistemas que operem dentro dos limites de segurança e eficiência.
Resistência (R): É a oposição que um material oferece ao fluxo de corrente. A compreensão da resistência é importante para dimensionar corretamente os componentes e garantir que eles operem de forma eficiente e segura.
Aplicação Prática dos Princípios
Na seleção de contatores e relés, é importante considerar a corrente nominal e a tensão de operação, garantindo que os dispositivos sejam capazes de lidar com a carga elétrica sem superaquecer ou falhar.
O dimensionamento correto dos cabos e condutores em um sistema de comandos elétricos depende do cálculo preciso da corrente e da resistência, evitando quedas de tensão e perdas de energia.
A análise de falhas em sistemas de comando muitas vezes se baseia na aplicação das leis de Ohm e Kirchhoff, permitindo identificar componentes defeituosos ou mal dimensionados.
Tipos de Comandos Elétricos
No universo dos comandos elétricos, diversos tipos são desenvolvidos para atender a diferentes necessidades e complexidades de sistemas. Cada tipo tem características específicas que o tornam mais adequado para certas aplicações. Abaixo, detalhamos os mais comuns:
Comandos Diretos
Os comandos diretos são caracterizados pela sua simplicidade e facilidade de implementação. Eles são geralmente usados em aplicações onde o controle direto e imediato do equipamento é necessário, sem a necessidade de intermediários ou dispositivos adicionais de controle.
Neste tipo de comando, o acionamento do equipamento, como um motor, é feito diretamente pela aplicação da tensão elétrica.
São ideais para motores de pequeno porte ou máquinas que não exigem variação de velocidade, sentido de giro ou outras funções mais complexas. Devido à sua simplicidade, os comandos diretos também tendem a ser mais econômicos e fáceis de manter.
Comandos Indiretos
Os comandos indiretos, por outro lado, oferecem um nível de controle mais sofisticado e são utilizados em sistemas mais complexos. Eles geralmente envolvem o uso de relés, temporizadores, controladores lógicos programáveis (CLPs) ou outros dispositivos intermediários que permitem uma operação mais refinada e com maior número de funcionalidades.
Este tipo de comando é especialmente útil em aplicações que requerem controle preciso da operação, como na variação de velocidade de motores, reversão do sentido de rotação, sequenciamento de operações e integração com sistemas de automação industrial.
Embora sejam mais complexos e geralmente mais caros do que os comandos diretos, os comandos indiretos oferecem maior flexibilidade e capacidade de adaptação a diferentes processos industriais.
Aplicações dos Comandos Elétricos
Os comandos elétricos são elementos versáteis e fundamentais em uma variedade de setores industriais, cada um com suas exigências e aplicações específicas. Vamos explorar como esses comandos são aplicados em três indústrias-chave:
Automotiva
Na indústria automotiva, os comandos elétricos desempenham um papel crucial tanto na fabricação quanto na montagem de veículos. Eles são usados para controlar máquinas e robôs responsáveis por tarefas como pintura, soldagem, montagem de peças e controle de qualidade.
Os comandos elétricos nesta indústria precisam ser extremamente precisos e confiáveis, pois qualquer falha pode resultar em defeitos significativos nos veículos. Além disso, a flexibilidade é uma característica importante, permitindo que os sistemas se adaptem a diferentes modelos e designs de veículos.
O uso de Controladores Lógicos Programáveis (CLPs) e sistemas automatizados é comum, possibilitando a programação e o controle precisos dos processos de fabricação e montagem.
Alimentícia
Na indústria alimentícia, os comandos elétricos são utilizados em diversas etapas dos processos de produção e embalagem. Eles controlam máquinas que misturam ingredientes, sistemas de transporte e ordenação de produtos, equipamentos de selagem e embalagem, e também monitoram condições ambientais cruciais, como temperatura e umidade.
A segurança e a higiene são de extrema importância nesta indústria, portanto, os comandos elétricos devem assegurar que os equipamentos operem dentro de parâmetros rigorosos para evitar contaminação e garantir a qualidade do produto. A eficiência operacional é essencial para manter a frescura dos alimentos e maximizar a produtividade.
Metalúrgica
Na indústria metalúrgica, os comandos elétricos são essenciais nos processos de corte, soldagem e moldagem de metais. Eles são responsáveis pelo controle preciso de máquinas e equipamentos que realizam tarefas que exigem alta precisão e força, como cortes de metais pesados, operações de soldagem automatizada e processos de forjamento.
Neste setor, a durabilidade e a capacidade de suportar ambientes hostis são características vitais dos comandos elétricos. Eles devem garantir a precisão e a consistência das operações, além de oferecer proteção adequada contra as condições extremas, como altas temperaturas e partículas metálicas no ar.
Em cada uma dessas indústrias, os comandos elétricos são adaptados para atender às necessidades específicas dos processos, garantindo eficiência, segurança e qualidade. A compreensão dessas aplicações é fundamental para profissionais que trabalham com a instalação, manutenção e otimização desses sistemas.
Segurança em Comandos Elétricos
Para eletricistas e profissionais que trabalham com comandos elétricos, a segurança é uma prioridade máxima. O manuseio adequado desses sistemas não só protege o próprio trabalhador, mas também garante a integridade dos equipamentos e a segurança de todos no ambiente de trabalho. Aqui estão algumas diretrizes essenciais de segurança a serem seguidas:
Normas Técnicas
O cumprimento das normas técnicas é fundamental para garantir a segurança em instalações elétricas. Essas normas incluem diretrizes sobre como os sistemas devem ser projetados, instalados e mantidos.
No Brasil, as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a NBR 5410, são referências importantes. Elas abordam aspectos como:
- Distâncias de segurança
- Especificações de cabos e equipamentos
- Procedimentos de instalação e manutenção
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
O uso de EPIs é essencial para proteger os eletricistas de riscos elétricos, mecânicos e outros perigos associados ao trabalho. Alguns EPIs fundamentais incluem:
- Luvas Isolantes: Protegem contra choques elétricos.
- Óculos de Segurança: Protegem os olhos de faíscas e detritos.
- Calçados de Segurança: Isolam os pés para prevenir choques elétricos.
- Capacetes: Protegem a cabeça de impactos e objetos em queda.
Práticas Seguras de Trabalho
Além do uso de EPIs, é importante seguir práticas seguras no dia a dia, como:
- Desligar sempre o circuito antes de iniciar qualquer trabalho.
- Utilizar ferramentas isoladas apropriadas.
- Verificar a ausência de tensão no circuito antes de iniciar o trabalho.
- Manter uma área de trabalho limpa e organizada para evitar acidentes.
Treinamento e Conhecimento
A formação contínua é crucial. Os eletricistas devem estar atualizados sobre as melhores práticas, normas técnicas e novas tecnologias. Treinamentos regulares em segurança elétrica são fundamentais.
Manutenção Preventiva
A manutenção preventiva dos sistemas de comandos elétricos ajuda a identificar e corrigir potenciais problemas antes que eles resultem em acidentes. Isso inclui a inspeção regular de componentes, fiação e conexões.
Etiquetagem e Sinalização
Uma sinalização adequada em áreas de trabalho com comandos elétricos é vital. Etiquetas de advertência e instruções claras ajudam a prevenir acidentes, informando sobre os perigos e procedimentos corretos.
Seguir estas diretrizes de segurança não só protege os profissionais envolvidos, mas também assegura a operação eficiente e contínua dos sistemas de comandos elétricos. A segurança em ambiente de trabalho com comandos elétricos é uma responsabilidade compartilhada que exige atenção contínua e comprometimento com as melhores práticas.
Manutenção de Comandos Elétricos
A manutenção de comandos elétricos é um aspecto crítico para garantir não só o funcionamento eficiente dos sistemas, mas também a segurança e a longevidade dos equipamentos. Para eletricistas e técnicos, a realização de manutenção preventiva regular é uma prática essencial. Aqui estão algumas diretrizes e práticas recomendadas:
Programação Regular de Manutenção
Estabeleça um cronograma de manutenção preventiva baseado nas recomendações do fabricante e nas condições de operação do equipamento.
A frequência da manutenção pode variar dependendo do tipo de equipamento, do ambiente de operação (por exemplo, áreas com muita poeira ou umidade) e da intensidade de uso.
Inspeção Visual e Testes
Realize inspeções visuais regulares para verificar sinais de desgaste, corrosão, danos aos isolamentos e conexões soltas.
Use equipamentos de teste, como multímetros e megômetros, para verificar a integridade elétrica dos componentes.
Limpeza e Ajustes
A limpeza regular dos componentes dos comandos elétricos é crucial para evitar falhas causadas por acúmulo de poeira e sujeira.
Verifique e ajuste conexões e terminais para garantir contato adequado.
Substituição de Componentes Desgastados
Identifique e substitua componentes que mostram sinais de desgaste, como contatores com contatos queimados ou relés com bobinas danificadas.
Tenha um estoque de peças de reposição para facilitar e agilizar as manutenções.
Atualização de Componentes e Sistemas
Avalie a necessidade de atualizar componentes ou sistemas inteiros, especialmente em casos de equipamentos obsoletos ou que não atendem mais às normas de segurança.
Modernizar componentes pode melhorar a eficiência e a confiabilidade do sistema.
Documentação e Registro
Mantenha registros detalhados de todas as inspeções, testes e reparos realizados.
A documentação ajuda a identificar tendências de falhas e a planejar futuras intervenções de manutenção.
Treinamento e Conhecimento Técnico
Garanta que os profissionais responsáveis pela manutenção tenham treinamento e conhecimento técnico atualizados sobre os sistemas e equipamentos com os quais trabalham.
Ao implementar um programa de manutenção preventiva robusto, é possível minimizar paradas inesperadas, prolongar a vida útil dos equipamentos e garantir a segurança operacional. A manutenção preventiva é, portanto, um investimento crucial para qualquer operação que dependa de comandos elétricos.
Comandos elétricos são elementos-chave na automação industrial, e seu entendimento é essencial para profissionais da área. Esperamos que este guia básico tenha fornecido uma visão clara e abrangente sobre o tema.
Sobre o autor
Eletricista desde 2006, Henrique Mattede também é autor, professor, técnico em eletrotécnica e engenheiro eletricista em formação. É educador renomado na área de eletricidade e um dos precursores do ensino de eletricidade na internet brasileira. Já produziu mais de 1000 videoaulas no canal Mundo da Elétrica no Youtube, cursos profissionalizantes e centenas de artigos técnicos. O conteúdo produzido por Henrique é referência em escolas, faculdades e universidades e já recebeu mais de 120 milhões de acessos na internet.
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