Para raio precisa de DPS dispositivo de proteção contra surto?
O Brasil é o país que possui a maior incidência de raios no mundo, oferecendo grandes riscos, tanto para as pessoas quanto para os equipamentos elétricos e eletrônicos que estão nas instalações. Devido às muitas dúvidas que envolvem este fenômeno da natureza e métodos de proteção utilizados, resolvemos explicar o que são raios, descargas atmosféricas, para raio e SPDA, além de falar sobre a aplicação do SPDA em conjunto com o DPS, vamos lá pessoa!
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Raios e descargas atmosféricas: O que são?
As descargas atmosféricas são fenômenos naturais e imprevisíveis e que ainda existe muito a ser estudado sobre o tema, as descargas atmosféricas nada mais são do que conhecemos como raios, as descargas atmosféricas são definidas como descargas elétricas de origem atmosférica, que normalmente ocorre entre a nuvem e a terra.
Os raios surgem basicamente pois existe uma grande diferença de cargas negativas e positivas entre as nuvens e a terra respectivamente, havendo está grande diferença de cargas, atua uma força de atração muito grande entre elas que acabam rompendo a resistência do ar e se encontrando, ou seja, ocorre uma descarga atmosférica.
As descargas atmosféricas ocorrem em uma fração de segundos, e são capazes de alcançar valores de temperatura, corrente e tensão extremamente altos, causando diversos danos às pessoas e equipamentos elétricos e eletrônicos, mesmo que essas descargas tenham chegado de forma direta ou indireta nas instalações ou ainda o ponto de impacto do raio tenha sido a uma determinada distância em que a pessoa está localizada.
Raios e descargas atmosféricas: Proteções!
Existem dispositivos que são capazes de proteger as instalações elétricas contra este fenômeno da natureza, que é o DPS e o SPDA. De forma que a combinação de ambos os recursos de proteção acaba gerando dúvidas para alguns profissionais da área.
A primeira dica é sobre a obrigatoriedade de instalar o DPS mesmo quando já tem um SPDA instalado na edificação.
A primeira dica para sabermos sobre a combinação de ambos os recursos de proteção é entender o que é SPDA e DPS, onde eles são instalados e quais as suas características e as suas respectivas funções! Depois disso fica fácil compreender à necessidade de instalar ambas as proteções contra sobretensões e descargas atmosféricas.
SPDA: O que é?
SPDA é a sigla para sistema de proteção contra descargas atmosféricas, que muitos conhecem como para-raio. O SPDA é usado na parte externa das edificações, visando prevenir incêndios e outros danos que podem ser causados devido ao impacto direto da descarga atmosférica sobre a edificação.
O SPDA proporciona um caminho de menor resistência possível para a alta corrente elétrica do raio fluir em direção a terra, sem danificar equipamentos ou estruturas, além de proteger as pessoas dentro da instalação.O objetivo do SPDA é dissipar para terra da forma mais segura possível a perigosa corrente elétrica de uma descarga atmosférica, minimizando ou anulando seus impactos
DPS: o que é?
DPS é a sigla para dispositivo de proteção contra surtos, onde a função principal é escoar a sobretensão causada pela descarga atmosférica e limitar esta sobretensão, para não danificar os equipamentos elétricos e eletrônicos contidos nas instalações.
É importante destacar que a sobretensão não ocorre em instalações elétricas, ou seja, isso acontece apenas com raios e outros fenômenos como por exemplo, a partida de grandes motores.
Existem três classes de dispositivos de proteção contra surtos, que são as classes I, II e III. Mas, é importante entender que essas classes não podem ser comparadas umas com as outras, porque cada classe possui uma particularidade e uma aplicação específica.
Um dos principais fatores que diferencia as classes dos DPS é a capacidade e a velocidade de escoamento da sobretensão, atuando na proteção contra descargas atmosféricas de forma direta, que é quando o raio atinge a própria instalação, ou de forma indireta, que é quando o raio atinge a rede de distribuição.
SPDA e DPS trabalhando em conjunto?
Agora que sabemos o que é SPDA, DPS, as suas características e aplicações, podemos concluir que o DPS e o SPDA podem proteger as instalações contra descargas atmosféricas, necessário apenas um desses dois métodos de proteção para proteger a instalação elétrica contra descargas atmosféricas, correto?
Na verdade não é bem assim! É errado afirmar isso, porque como já vimos anteriormente, o DPS e SPDA possuem finalidades distintas.
DPS e SPDA: O que a norma diz?
De acordo com a norma NBR 5410, quando o objetivo for a proteção contra sobretensões de origem atmosférica transmitidas pela linha externa de alimentação, como a proteção contra sobretensões de manobra, os DPS devem ser instalados junto ao ponto de entrada da linha na edificação ou no quadro de distribuição principal, localizado o mais próximo possível do ponto de entrada.
Porém, quando o objetivo for a proteção contra sobretensões provocadas por descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades, os DPS devem ser instalados no ponto de entrada da linha na edificação.
A norma NBR 5410 exige a instalação de dispositivos de proteção em uma instalação como por exemplo, IDR e DPS nos quadros de distribuição, independente de qual seja a instalação.
Mas, a melhor maneira de sabermos qual é a classe de dispositivos de proteção correta a ser utilizada nas edificações com sistema de SPDA é consultando a norma NBR 5419 que é a norma específica sobre descargas atmosféricas.
SPDA: onde e como utilizar?
Talvez você não saiba, mas muitas edificações não necessitam de proteção contra descargas atmosféricas diretas na estrutura ou nas linhas de entrada das edificações, ou seja, DPS classe I, mas a norma exige no mínimo a instalação de DPS classe II nas edificações.
Quando existir SPDA na edificação deve ser instalado DPS classe I, para efeitos diretos e DPS classe II para efeitos indiretos. Porém, quando existem equipamentos muito sensíveis na instalação, é aconselhado instalar um DPS classe III naquela determinada tomada.
Para que essa proteção ocorra de forma eficiente, o DPS deve estar conforme as normas e ser selecionado de acordo com as indicações da NBR 5410, que destaca o nível de proteção, máxima tensão de operação contínua, quanto o dispositivo suporta à corrente de curto-circuito, além da corrente nominal de descarga e corrente de impulso.
Existem outros fatores e características do DPS que devem ser analisados antes de ser instalado, portanto colocamos este vídeo abaixo completo explicando detalhadamente de forma extremamente simples como escolher o DPS correto para cada instalação.
Finalizamos aqui mais um artigo e esperamos ter ajudado a retirar todas as suas dúvidas em relação ao uso de SPDA em conjunto com DPS! Caso ainda tenha restado alguma dúvida ou curiosidade sobre este assunto, deixe nos comentários que iremos responder.
Sobre o autor
Eletricista desde 2006, Henrique Mattede também é autor, professor, técnico em eletrotécnica e engenheiro eletricista em formação. É educador renomado na área de eletricidade e um dos precursores do ensino de eletricidade na internet brasileira. Já produziu mais de 1000 videoaulas no canal Mundo da Elétrica no Youtube, cursos profissionalizantes e centenas de artigos técnicos. O conteúdo produzido por Henrique é referência em escolas, faculdades e universidades e já recebeu mais de 120 milhões de acessos na internet.
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4 comentários para: “Para raio precisa de DPS dispositivo de proteção contra surto?”
José
Boa tarde! Acompanho muito o Mundo da eletrica, e o de melhor confio muito na forma em que são passadas as informações, parabéns a todos que de alguma forma faz o mundo da elétrica ser realidade para muitos que tem vontade de ser eletricista.
Equipe Mundo da Elétrica
Muito obrigado pela credibilidade José!
Airton
Parabéns pela apresentação, de muito conteudo agregando valores.
Equipe Mundo da Elétrica
Obrigado Airton!